quarta-feira, 22 de abril de 2015

I Reinado


A Proclamação da Independência brasileira, ocorrida em 1822, se desenvolveu em um momento marcado por complicadas questões internas e externas. 

Reconhecimento da  Independência

No Brasil, nem, todas as províncias eram governadas por pessoas favoráveis a independência. Levando D. Pedro I a enfrentar a dura oposição das províncias que resistiram ao fim da ingerência portuguesa no território. Já no cenário político internacional, temos a reorganização de uma Europa atingida pelos efeitos das guerras napoleônicas e, ao mesmo tempo, interessada em reafirmar a autoridade absolutista.Os EUA visando fortalecer a sua presença no cenário político americano foram a primeira nação a reconhecer a autonomia política brasileira, em maio de 1824. Nesse período, a os americanos através do seu presidente James Monroe e sua “Doutrina Monroe” era empregava na política externa como meio de se repudiar qualquer tentativa de recolonização pelas antigas monarquias absolutistas. Em março de 1825, as autoridades mexicanas fortaleceram o coro de países que legitimavam o Brasil Independente.

A Inglaterra, como grande fornecedora de produtos manufaturados ao país, tinha grande interesse em reconhecer a independência do Brasil. Entretanto, a ação política e

diplomática britânica temia que tal posição viesse a estabelecer uma crise nas relações entre Portugal e Inglaterra. De tal modo, os britânicos se organizaram a fim de intermediar um acordo de reconhecimento entre autoridades portuguesas e brasileiras.
No dia 29 de agosto de 1825, portugueses e brasileiros assinaram o Tratado de Paz e Amizade. Segundo o acordo firmado, o governo português reconhecia a independência do Brasil a partir do pagamento de uma indenização no valor de dois milhões de libras esterlinas. Além disso, Dom Pedro I se comprometeu a ceder o título honorário de imperador do Brasil a Dom João VI e não tomar nenhuma iniciativa a fim de anexar algumas das colônias portuguesas ao seu território.
Com a resolução, a Inglaterra e outras nações do mundo tomaram frente no reconhecimento da independência do Brasil. Para os britânicos, a intermediação nesse acordo acabou garantindo as taxas alfandegárias já praticadas pelos tratados de 1810. Além disso, os britânicos exigiram que o Brasil se comprometesse a acabar com a escravidão até o ano de 1830. Tal medida acabou não sendo cumprida, já que tal ação prejudicava o interesse das elites nacionais.


Guerras da Independência
O processo de independência do Brasil não foi pacífico. Após o 7 de setembro de 1822, ocorreram várias manifestações, em território nacional, contrárias à Independência. Como falamos acima algumas provincias eram fieis a Cortes Portuguesas.
Dom Pedro I precisou reagir rapidamente para não colocar em risco a recém conquistada liberdade com relação a Portugal. Seu objetivo era expulsar do país as tropas portuguesas. Foi entre os anos de 1822 e 1825, que grande parte destes conflitos pós-independência ocorreram.
Como o Brasil não possuía um exército nacional, D. Pedro I precisou formar milícias e contratar militares ingleses e franceses para combater os movimentos de resistência à Independência. O comando ficou nas mãos de militares estrangeiros como, por exemplo: os britânicos Lord Cochrane e John Taylor, além do francês Pierre Labatut.
Locais onde ocorreram as guerras de independência
Embora tenham ocorrido conflitos em várias regiões do território nacional, eles foram mais intensos nas províncias do Pará, Bahia, Maranhão, Cisplatina (atual Uruguai) e Piauí.
 Causas principais:
 - Não reconhecimento da independência do Brasil por parte dos militares portugueses que moravam no Brasil.
 - Intenção dos portugueses em restaurar a colonização do Brasil.
 - Não aceitação da independência por parte de comerciantes e funcionários públicos portugueses que atuavam no Brasil.
 - Necessidade de D. Pedro de pacificar o país no pós-independência para colocar em vigor seu governo em todo território nacional. Desta forma, poderia fortalecer seu poder, consolidando-se como monarca brasileiro.
 D. Pedro I saiu vitorioso nas guerras pela independência do Brasil. Muitos opositores, principalmente militares portugueses, foram presos e expulsos do Brasil. Em 1825, Portugal reconheceu a emancipação política do Brasil e o imperador brasileiro conseguiu manter a unidade territorial.
Constituição de 1824
Logo após a independência o Brasil se concentrou na produção da Cosnstiuição do Brasil. A convocação de eleições para a Assembléia Constituinte estavam previstas desde antes da Independência, mas elas só ocorreram após 7 de setembro, em maio de 1823. 
Como os liberais estavam presos os integrantes da Assembleia Constiuinte não tinham menbros com ideias radicais. A maioria dos constituintes adotava uma postura liberal moderada, defendendo uma monarquia constitucional que estabelecesse limites ao poder do monarca.
Logo de início surgiram desavenças entre a Assembléia e Dom Pedro, apoiado a princípio por seu ministro José Bonifácio. As divergências aconteciam em quais os limites do poder e atribuições do Poder Executivo do Imperador e do Legislativo. O Imperador ao contrario dos constituintes, queria a criação de um Executivo forte e com poder de veto absoluto.
Tal disputa resultou na noite da agonia. Em 11 de novembro o imperador mandou dissolver em disputa de poderes e de interesse a Assembléia Constituinte. Para redigir a Constituição uma nova constituição , o imperador organizou um Conselho de Estado, com dez homens de sua confiança. Assim, a primeira Constituição do Brasil, de janeiro de 1824, nasceu de cima para baixo, ou seja, imposta pelo imperador ao povo.

Esta “nova constuição outorgada (imposta) em 1824 definia que o país seria governado por uma monarquia vitalícia, constitucional e hereditária. O Estado seria organizado em quatro poderes: o Moderador (imperador), o Legislativo (Câmara dos Deputados e Senado Vitalício), judiciário (Supremo Tribunal de Justiça) e o Executivo (imperador e ministros).
Os poderes eram usualmente organizados em três, seguindo o modelo de Montesquieu.  O Poder Moderador era uma invenção do escritor francês Benjamin Constant, que defendia uma separação no Poder Executivo. O imperador teria um poder moderador, ou seja, não interferiria na política cotidiana e teria o papel de moderar as disputas mais sérias e gerais.
Ainda de acordo com a nova Constituição, as eleições obedeceriam critérios do voto censitário, definidos pela renda do eleitor. Cada província – hoje chamada estado – seria dirigida por um presidente, indicado pelo imperador. Além disso, foi instituído o padroado, que submetia a Igreja Católica (religião oficial) ao Estado imperial.

Confederação do Equador
Impostante revolta contra o governo de Dom Pedro I iniciada em 1824 na província de Pernambuco.
Desde a Guerra dos Mascates (1710-1711), havia um forte sentimento antilusitano entre os pernambucanos que se somou em 1817 com a Revolução Pernambucana. Assim, quando o imperador deu mostras de seu absolutismo dissoveldo a assembleia constuinte e impondo uma constiuição o clima só piorou nessa província. Não podemos esquecer que os motivos que levou a Revolução de 1817 não foram resolvidos. O desemprego e a escassez de dinheiro provocavam grande insatisfação nas camadas mais pobres. Mesmo entre a elite havia muitos descontentes por conta do absolutismo do imperador e da pequena autonomia das províncias. Assim, o texto autoritário e centralizador da Constituição de 1824 serviu como estopim para a eclosão da revolta.
Frei Caneca líder da Confederação foi Fuzilado
Os membros dessa revolta lutavam por uma república separatista. Teve como líderes o  Frei Caneca e Cipriano Barata que já participavam da Ambos Revolução Pernambucana de 1817 e propagandeavam suas idéias liberais através da imprensa. Nessa revolta, é importante destacar o papel que a imprensa teve na veiculação de críticas e de propostas políticas.
Após tomarem o poder, os revolucionários formaram uma Junta Governativa e ganharam adeptos em outras províncias do Nordeste (Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e, possivelmente, o Piauí e o Pará), o que ficou conhecido como Confederação do Equador. Podemos ainda caracteriza-la com um conteúdo ano e popular, diferenciando-se da ampla frente regional, com a liderança de proprietários rurais e alguns comerciantes, que caracterizara a Revolução de 1817.
Apesar de seu conteúdo nacionalista por ser antilusitano , a revolta contou com vários estrangeiros. Dentre eles destacou-se a figura de um liberal português chamado João Guilherme Ratcliff.
Como a vitória dos revoltosos significaria uma quebra da unidade territorial do Brasil, o governo imperial agiu com rigor por meio de ações militares que envolveram tropas terrestres e marítimas. Assim, em novembro de 1824, a Confederação do Equador já estava terminada. Mas deixou como consequencia a negatividade da imagem do imperador

Guerra da Cisplatina
Em 1828, o Brasil, após sucessivas derrotas foi obrigado a reconhecer a independência da província Cisplatina (atual Uruguai) sepultand o projeto de extensão da fronteira brasileira até as margens do Rio Prata.
Adicionar legenda
A desastrada campanha das tropas do Imperador corroeu a popularidade de D. Pedro e os gastos com essa guerra pioraram ainda mais a situação econômica do Brasil e, no mesmo ano, o imperador decretou o fechamento do Banco do Brasil, que havia sido criado por D. João VI.
Questão sucessória portuguesa
Quando D. João VI morreu, em 1826, D. Pedro I (filho do imperador português e herdeiro natural da Coroa portuguesa) renunciou em nome da filha, D. Maria da Glória. Mas o trono português foi usurpado por seu irmão, D. Miguel e essa atitude levou o imperador brasileiro a gastar tempo e recursos da ex-Colônia para tratar de problemas internos da Coroa de Portugal.
Em março de 1831, os conflitos de rua opuseram portugueses partidários do imperador contra os brasileiros descontentes com o governo imperial. A situação interna, assim, complicava-se ao mesmo tempo em que a economia brasileira ficava em péssima situação.
Na chamada Noite das Garrafadas, os conflitos entre brasileiros e portugueses aumentaram e os grupos oponentes, armados com garrafas, enfrentaram-se nas ruas do Rio de Janeiro durante toda a madrugada.
Restavam então dois caminhos para D. Pedro I: ficar no Brasil e tentar resolver a grave crise institucional ou voltar para Portugal. Em 7 de abril de 1831, o Imperador abdicou de seu trono brasileiro e retornou a Portugal, deixando no Brasil seu filho, Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos de idade.



terça-feira, 14 de abril de 2015

Movimento das Cruzadas


O movimento denominado Cruzadas foram expedições militares praticada por Cristãos em sentido à Terra Santa (Jerusalém) com a finalidade de ocupá-la e mantê-la sob domínio cristão. Tal região estava sob o domínio dos árabes islâmicos.

Como vimos em nosso blog surgiu na Arábia uma religião também monoteísta que conquistaria além de muitos adeptos vastas regiões do Oriente Médio.
Estamos falando do Islamismo que foi difundido através do profeta Maomé e o seu crescimento criaria grandes embates com a cristandade. No final do século XI a religião islâmica já havia tinha um grande numero de fieis ao ponto de reclamar para clamar por seus lugares sagrados, que, no entanto, eram coincidentes com os lugares sagrados dos cristãos. Dentre esses lugares sagrados a cidade de Jerusalém é o principal local sagrado para essas duas religiões monoteístas e também para o judaísmo. Não por acaso essa cidade será o palco dos conflitos durante as Cruzadas e ainda hoje é motivo de muitos conflitos entre essas religiões na Idade Média e ainda é uma das causas da instabilidade no Oriente Médio.
Observe a Cruz nas roupas

Importante deixar claro que
termo Cruzada não foi assim oficialmente dado pelo Papa Urbano II que as convocou. Tal nome Só foi assim nomeado porque seus participantes se consideravam soldados de Cristo e se distinguiam pela cruz em suas roupas. Eram chamadas de peregrinação ou de guerra santa pelos europeus mas no Oriente Médio, eram chamadas de invasões francas, em função da maioria dos cruzados serem provenientes do Império Carolingio (vejam mais sobre eles no nosso blog sobre os Francos) e de se autodenominarem francos.

Concílio de Clermont (1095)
Então em novembro de 1095 O Papa Urbano II no Concílio de Clermont, França, convocou movimento (que viria a ficar para a História como a Primeira Cruzada) destinado a libertar a Terra Santa. Urbano II discursou para o povo e convenceu da justeza da proposta. Não se conhece o teor da oratória do Sumo Pontífice, mas até aos nossos dias chegou a informação de que o discurso foi calorosamente recebido e que o povo afirmou que Deus queria tal missão.

O Papa em seu discurso justificou a perseguição que era efetuada aos cristãos que peregrinavam da Europa até Jerusalém por árabes assim como a descaracterização e destruição dos locais onde Cristo vivera. Assim ele afirma da necessidade de tomar Jerusalém.

Também foi vista a necessidade de apoio aos cristãos do Leste, envolvidos em guerras contra os muçulmanos, e fomentou-se a organização das ordens militares, demonstração do espírito monástico que se divulgava e da mística militar que ia concretizar-se com a luta contra os infiéis.

O ano 1000 viu o significativo para a mentalidade cristã pois eles acreditavam que o “fim dos tempos estava próximo” então fazer sacrifícios e buscar as terras sagradas era uma forma de evitar a eternidade no inferno um destes sacrifícios era ir até Jerusalém, palco dos eventos da história de Cristo . O mundo não acabou e os muçulmanos ocuparam cada vez mais a Terra Santa, criando grandes impedimentos para o trânsito de cristãos. A situação se agravou no decorrer do século XI e irritou os cristãos, que se reuniram para a primeira cruzada que os levaria à Terra Santa para tentar expulsar os muçulmanos da região e devolvê-la aos cristãos. Entre os anos 1096 e 1270, muitas expedições foram organizadas para tentar reconquistar Jerusalém, porém os muçulmanos se mantiveram firme na região após vários conflitos.


Antes da primeira Cruzada organizada por nobres europeus, houve um movimento extra-oficial que ficou conhecido como Cruzada dos Mendigos ou Cruzada Popular. O mongePedro reuniu uma multidão que incluía mulheres, velhos e crianças para atuar como guerreiros. A expedição até chegou ao Oriente, mas foi facilmente massacrada. A Primeira Cruzada oficial foi aquela convocada pelo Papa Urbano II, que reuniu nobres europeus em 1095 para combater os infiéis que ocupavam a Terra Santa. No ano seguinte, os cruzados partiram para Jerusalém e tiveram sucesso, conquistando a Terra Santa, o principado de Antioquia e os condados de Trípoli e Edessa.


Algumas décadas depois, os muçulmanos conseguiram retormar a cidade de Edessa, o que se fez necessário uma nova cruzada (1147 e 1149) . Esta não teve o sucesso da anterior pois além de não ter a mesma comoção e resultou em uma grave derrota, o que deixou profundo ressentimento no Ocidente. Mais décadas se passaram e, em 1187, o sultão Saladino obteve uma vitória esmagadora sobre os cristãos em Jerusalém, reconquistando a cidade para os muçulmanos. Em resposta, o Papa Gregório VIII convocou uma nova Cruzada. 


A Cruzada dos Reis nome dado essa nova expedição devido a participação de três importantes reis da Europa: Ricardo Coração de Leão, da Inglaterra;Frederico Barbarossa, doSacro Imperio Romano Germânico; e Felipe Augusto, da França. Esta Terceira Cruzada (1189 e 1192) não resultou em vitória para os cristãos, mas o rei Ricardo Coração de Leão conseguiu assinar um acordo de paz com Saladino permitindo a peregrinação dos cristãos com segurança até Jerusalém.

No início do século seguinte, nova Cruzada (1202 – 1204) foi convocada mas não destinada a Cidade de Jerusalém e sim para atacar Constantinopla e seus objetivos não eram assim tão nobre mas sim políticos. Esta não recebeu a aprovação Papa Inocêncio III mas notáveis consequências política e religiosas porque enfraqueceu o Império Oriental e agravou o ódio entre a cristandade grega e latina. Poucos anos depois, em 1208, o mesmo papa convocou uma Cruzada contra os cátaros no Lanquedoc. O catarismo era uma doutrina que acreditava no dualismo, ou seja, na existência de um Deus bom e outro mal, era considerado uma heresia e seu crescimento incomodava muito a Igreja Católica. Séculos mais tarde, seus seguidores seriam perseguidos também pela Santa Inquisição.


Um dos eventos mais curiosos envolvendo as Cruzadas certamente foi o de 1212. a Cruzada das Crianças onde crianças e adolescentes que acreditavam estarem possuídas do poder divino para reconquistar Jerusalém partiram em direção aos portos para embarcarem rumo à Palestina. A expedição vitimou vários dos jovens ainda durante a viagem e os sobreviventes foram vendidos como escravos aos muçulmanos quando atracaram no porto de Alexandria. Calcula-se que 50 mil crianças tenham sido colocadas nos barcos da mais desastrosa das expedições cristãs.

Nova Cruzada oficial ocorreria entre os anos 1217 e 1221. Porém o fracasso não seria novidade. A quinta cruzada não conseguiu nem mesmo superar as enchentes do Rio Nilo e acabou desistindo de seus objetivos de tomar uma fortaleza muçulmana no Egito. A Sexta Cruzada, ocorrida entre 1228 e 1229, teve sucesso alcançando sucesso através da liderança de Frederico II. Este conseguiu obter a posse de Jerusalém, de Belém e de Nazaré para os cristãos por dez anos. No entanto, em 1244 os cristãos perderam o domínio dessas localidades novamente para os muçulmanos.

A Sétima Cruzada (1248 - 1254) liderada pelo rei francês Luiz IX desembarcou para combate no Egito e recebeu a oferta de posse de Jerusalém, a qual recusou. Na continuidade dos conflitos, Luiz IX foi aprisionado e seu resgate custou 500 mil moedas de ouro. Luiz IX também comandou a Oitava Cruzada em 1270 mas morreu vitima da peste negra (doença que grassava a Europa e Ásia) .logo após desembarcar em Túnis, o que encerrou mais uma expedição. Ainda temos Uma Nona Cruzada que é ainda é descrita por alguns, embora muitos argumentem que ela seja integrante da anterior pois a após a morte do rei Luís IX, o príncipe Eduardo da Inglaterra teria comandado seus seguidores até o Acre (cidade em Israel) para combater os adversários nos dois anos seguintes. Mas, preparando-se para atacar Jerusalém, recebeu a notícia do falecimento de seu pai e decidiu retornar à Inglaterra para herdar seu trono de direito, encerrando a expedição e o turbulento século XIII.


As Cruzadas foram um fracasso em seu objetivo de conquistar a Terra Santa para os cristãos. Custaram muito caro para a nobreza europeia e resultaram em milhares de mortes. No entanto, essas expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Elas causaram o enfraquecimento da aristocracia feudal, fortaleceram o poder real e possibilitaram a expansão do mercado. A civilização oriental contribuiu muito para o enriquecimento cultural europeu, promovendo desenvolvimento intelectual. Nunca mais Jerusalém foi dominada pelos cristãos, mas as movimentações ocorridas no trajeto para a Terra Santa expandiram os relacionamentos com o mundo conhecido na época.



Fontes:http://www.youtube.com/watch?v=kBol2p_S1F4 
MAALOUF, Amin. As Cruzadas vistas pelos árabes. São Paulo: Brasiliense, 2001.
WILLIAMS, Paul. O guia completo das cruzadas. São Paulo: Madras, 2007.

Vejam esta aula onde se faz uma análise do discurso do Papa Urbano II em 1095 no Concílio de Clermont onde faz a convocação para as Cruzadas



E abaixo o trailer do filme Cruzada de Ridley Scott para deixa-lo com vontade de assistir o filme


ENEM 2006
Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas as partes ossadas humanas, trapos e bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá, os cristãos tinham sido surpreendidos pelos muçulmanos, mesmo no momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As mulheres, as crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas, perseguidos até os altares, tinham sido levados para a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A multidão dos cristãos, massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura.
(J. F. Michaud. História das cruzadas. São Paulo: Editora das Américas, 1956 (com adaptações)).
Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj* se apossaram da Cidade Santa, após um sítio de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam nisso, seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas.
*franj = cruzados.
(Amin Maalouf. As Cruzadas vistas pelos árabes. 2.ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989 (com adaptações)).
Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos acima, que tratam das Cruzadas.
I- Os textos referem-se ao mesmo assunto — as Cruzadas, ocorridas no período medieval —, mas apresentam visões distintas sobre a realidade dos conflitos religiosos desse período histórico.
II- Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade Média e revelam como a violência contra mulheres e crianças era prática comum entre adversários.
III- Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na idéia do respeito e da tolerância cultural e religiosa.
É correto apenas o que se afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.


Resposta: Letra D
Habilidade: Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
Comentários: Esta questão apresenta dois textos, mas não os confronta. O primeiro texto, mostra a violência dos cruzados europeus, cristãos; o segundo, a violência dos muçulmanos. A questão foi elaborada para indicar o grau de intolerância que pode existir entre as religiões. Assim, a III está absurdamente incorreta, na contramão dos textos apresentados.