Imaginem que, num dia qualquer, os brasileiros acordassem com a notícia de que o presidente da República havia fugido para Austrália, sob a proteção de aviões da Força Aérea dos Estados Unidos. Com ele, teriam partido, sem aviso prévio, todos os ministros, os integrantes dos tribunais superiores de Justiça, os deputados e senadores e alguns dos maiores líderes empresariais. E mais: a esta altura, tropas da Argentina já estariam marchando sobre Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a caminho de Brasília. Abandonado pelo governo e todos os seus dirigentes, o Brasil estaria à mercê dos invasores, dispostos a saquear toda e qualquer propriedade que encontrassem pela frente e assume o controle do país por tempo indeterminado.
Provavelmente,
a primeira sensação dos brasileiros diante de uma notícia tão
inesperada seria de desamparo e de traição. Depois, de medo e
revolta.
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Livro que narra a presença da Família Real no Brasil |
E
foi assim que os portugueses reagiram na manhã de 29 de novembro de
1807,
quando circulou a informação de que a rainha, o príncipe
regente e toda a corte estavam
fugindo para o Brasil sob a proteção
da Marinha britânica. Nunca algo semelhante tinha
acontecido na
história de qualquer outro país europeu. Em tempos de guerra, reis
e
rainhas haviam sido destronados ou obrigados a se refugiar em
territórios alheios, mas
nenhum deles tinha ido tão longe a ponto
de cruzar um oceano para viver e reinar do
outro lado do mundo.
Embora os europeus dominassem colônias imensas em diversos
continentes, até aquele momento nenhum rei havia colocado os pés em
seus territórios
ultramarinos para uma simples visita - muito menos
para ali morar e governar. Era,
portanto, um acontecimento sem
precedentes tanto para os portugueses, que se
achavam na condição
de órfãos de sua monarquia da noite para o dia, como para
os
brasileiros,habituados até então a ser tratados como uma simples
colônia extrativista de
Portugal.
Assim
começa o livro do jornalista e escritor Laurentino Gomes chamado
1808 que trata da presença da família real no Brasil.
Vinda da Família Real ao Brasil - Introdução
Ocorreram
muitas revoltas pela separação do Brasil de Portugal, aqui neste
blog destacamos duas mas outras mais aconteceram nas quais muitos
brasileiros perderam a vida.
Os
que morrem achavam que valia a pena sacrificar-se para melhorar a
situação do povo brasileiro. Queriam uma vida melhor, não só para
eles, mas para todos os brasileiros.
Mas
a
independencia de fato só
aconteceu em 1822. E não foi uma separação,
digamos radical ou total,
como aconteceu em outros países da América Latina
que,
ao proclamaem
suas idependencias,
tornaram-se repúblicas governadas por pessoas nascidas no país
libertado. O Brasil independente continuou sendo uma
monarquia,
e seu primeiro imperador, Dom Pedro I, era
português, filho do rei de portugal e herdeiro do trono português.
Historicamente,
o processo da Independência do Brasil se inicou em 1808 com a vida
da família real e somado a politica de D. João VI no Brasil e após
1820 com a política das Cortes Portuguesas tentando recolonizar o
Brasil.
A vinda para o Brasil
No
início do século XIX Napoleão Bonaparte era imperador da França.
Ele com a politica de levar os valores da Revolução Francesa e
tornar a burguesia Francesa hegemônica na Europa Ele queria invadiu e
derrotou os exércitos de vários países. Mas não conseguiu vencer
a marinha inglesa.
Não
conseguindo derrotar militarmente e Inglaterra Napoleão tenta
derrota-la economicamente promovendo um embargo econômico a
Inglaterra proibindo que países europeus tivessem relações
comerciais com ela. Era o Bloqueio Continental.
Nessa
época, Portugal era governado pelo príncipe regente Dom João. E
nossa metrópole não estava bem; a Rainha, Maria I, estava afastada
no trono devido a distúrbios mentais (a famosa Maria a louca) e seu
filho o futuro D. João VI não era capacitado para governar. Somado
a tudo isso Portugal estava prejudicado pelo tratado dos “panos e
vinhos” que o deixou dependente da Inglaterra chegando inclusive a
assinar um “acordo” com os ingleses em que caso numa futura
guerra contra os franceses os portugueses se aliariam com a
Inglaterra. Dom João então estava numa situação muito difícil:
se fizesse o que Napoleão queria, os ingleses invadiriam o Brasil,
pois estavam muito interessados no comércio brasileiro; se não o
fizesse, os franceses invadiriam Portugal como já tinha feito com a
vizinha Espanha.
A
solução que Dom João encontrou, com a ajuda dos aliados ingleses,
foi transferir a corte portuguesa para o Brasil.
A
economia portuguesa havia muito encontrava-se subordinada à inglesa.
Daí à relutância de Portugal em aderir incondicionalmente ao
bloqueio. Napoleão resolveu o impasse ordenado a invasão do pequeno
reino ibérico. Sem chances de resistir ao ataque, a família real
transferiu-se para o Brasil em 1808, sob proteção inglesa. Começou
então, no Brasil, o processo que iria desembocar, finalmente, na sua
emancipação política.
Sem
poder responder negativa ou positivamente ao ultramatum francês por
ocasião do Bloqueio
Continental,
a situação de Portugal refletia com toda a clareza a
impossibilidade de manter o status quo. Pressionada por Napoleão,
mas incapaz de lhe opor resistência britânica, a Corte portuguesa
estava hesitante. Qualquer opção significaria, no mínimo, o
desmoronamento do sistema colonial ou do que ele ainda restava. A
própria soberania encontrava-se ameaçada, sem que fosse possível
vislumbrar uma solução aceitável. Nesse contexto, destacou-se o
papel desempenhado por Strangford, que, como representante
diplomático inglês, soube impor, sem vacilação, o ponto de vista
da Coroa britânica.
Para
corte de Lisboa colocou-se a seguinte situação: permanecer em
Portugal e sucumbir ao domínio napoleônico ou retirar-se para o
Brasil. Esta última foi a solução defendida pela Inglaterra.
Em
novembro de 1807 Dom João com toda a sua família e sua corte
partiram para o Brasil sob a escolta da esquadra inglesa. 15 mil
pessoas vieram para o Brasil em quatorze navios trazendo suas
riquezas, documentos, bibliotecas, coleções de arte e tudo que
poderam trazer.
Quando
o exército de Napoleão chegou em Lisboa, só encontrou um reino
abandonado e pobre.
Beneficios para o Brasil-Interno
Cultura
Além
das mudanças comerciais, a chegada da família real ao Brasil também
causou um reboliço cultural e educacional. Nessa época, foram
criadas escolas como a Academia Real Militar, a Academia da Marinha,
a Escola de Comércio, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios,
a Academia de belas-artes e dois Colégios de Medicina e Cirurgia, um
no Rio de Janeiro e outro em Salvador. Foram fundados o Museu
Nacional, o Observatório Astronômico e a Biblioteca Real, cujo
acervo era composto por muitos livros e documentos trazidos de
Portugal. Também foi inaugurado o Real Teatro de São João e o
Jardim Botânico.

Fac-simile da Gazeta do RJ
Uma atitude muito importante de dom João foi a
criação da Imprensa Régia. Ela editou obras de vários escritores
e traduções de obras científicas. Foi um período de grande
progresso e desenvolvimento.
O
Teatro de São João inaugurado em 1818. 1º número de A Gazeta do
Rio de Janeiro.
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Fac-simile da Gazeta do RJ |
Política
Uma ou talvez a primeira medida tomada por D. João foi a Abertura dos Portos as Nações Amigas em que podíamos agora ter relações comerciais com toda e qualquer nação européia desde que seja aliada de Portugal. Em tempos de guerra tal decreto tem dois sentidos: Fim do Pacto Colonial e obviamente um favorecimento a Inglaterra.
Criou
três ministérios: o da Guerra e Estrangeiros, o da Marinha e o da
Fazenda e Interior; instalou também os serviços auxiliares e
indispensáveis ao funcionamento do governo, entre os quais o Banco
do Brasil, a Casa da Moeda, a Junta Geral do Comércio e a Casa da
Suplicação ( Supremo Tribunal).
A
17 de dezembro de 1815 o Brasil foi elevado a reino e as capitanias
passaram em 1821 a chamar-se províncias.
Economia
Depois
da chegada da família real duas medidas de Dom João deram rápido
impulso à economia brasileira: a abertura dos portos e a permissão
de montar indústrias que haviam sido proibidas por Portugal
anteriormente.
Abriram-se
fábricas, manufaturas de tecidos começaram a surgir, mas não
progrediram por causa da concorrência dos tecidos ingleses.
Bom
resultado teve, porém, a produção de ferro com a criação da
Usina de Ipanema nas províncias de São Paulo e Minas Gerais.
Outras
medidas de Dom João estimularam as atividades econômicas do Brasil
como:
-
Construção
de estradas;
-
Os
portos foram melhorados. Foram introduzidos no país novas espécies
vegetais, como o chá;
-
Promoveu
a vinda de colonos europeus.
A
produção agrícola voltou a crescer. O açúcar e do algodão,
passaram a ser primeiro e segundo lugar nas exportações, no início
do século XIX. Neste período surgiu o café, novo produto, que logo
passou do terceiro lugar para o primeiro lugar nas exportações
brasileira.
Usina
de ferro de Ipanema.
Construção
de estradas;
Os
portos foram melhorados. Foram introduzidos no país novas espécies
vegetais, como o chá;
Promoveu
a vinda de colonos europeus.
As Vantagens para o Rio de Janeiro com vinda da família real
No
Rio de Janeiro a corte tratou de reorganizar o Estado, com a nomeação
dos ministros. Assim, foram sendo recriados todos os órgãos do
Estado português: os ministérios do Reino, da Marinha e Ultramar,
da Guerra e Estrangeiros e o Real Erário, que, em 1821, mudou o nome
para Ministério da Fazenda. Também foram recriados os órgãos da
administração e da justiça: Conselho de Estado, Desembargo do
Paço, Meda da Consciência e Ordens, Conselho Supremo Militar.
Dessa
maneira, peça por peça, o Estado português renasceu no Brasil.
Durante
o período que D. João permaneceu no Brasil, foram tomadas algumas
medidas, que trouxeram progresso para o país.
Foram
criados, nesse período:
o
Banco do Brasil em 12 de outubro de 1808, para servir de instrumento
financeiro do Tesouro Real, embora a sua finalidade declarada fosse a
de atuar como instituição creditícia dos setores produtivos -
comércio, indústria e agricultura;
-
a
Academia de Belas-Artes;
-
a
Casa da Moeda;
-
a
fábrica de pólvora;
-
o
arsenal da Marinha.
Deu-se
também a elevação do Brasil à categoria de Reino Unido a Portugal
e Algarve, em 1815.
Com
isso as capitanias passaram a se denominar províncias.

Cerimonia do Beija Mão
Pessoas iam até o palácio beijar a mão de D. João e aproveitam para fazer "pedidos"
Apesar
do progresso que houve com a vinda da família real, a administração
de D. João VI não melhorou a vida dos colonos. A corte gastava
muito, foram criados cargos inúteis para empregar fidalgos ( "filhos
de algo") portugueses, e o governo começou a cobrar impostos.
a
Academia de Belas-Artes;
a
Casa da Moeda;
a
fábrica de pólvora;
o
arsenal da Marinha.
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Cerimonia do Beija Mão Pessoas iam até o palácio beijar a mão de D. João e aproveitam para fazer "pedidos" |
A volta da família real a lisboa
Desde
1807, quando a Família
Real se transferiu para Brasil,
Portugal sofria os efeitos de uma grave crise econômico-financeira,
que já era crônica desde o século XVIII. A burguesia mercantil,
ressentida com a perda do monopólio colonial, não tinha como
resistir à esmagadora concorrência britânica; faltavam gêneros de
primeira necessidade,
os preços disparavam e a moeda se
desvalorizava. Além da crise, crescia no reino o
descontentamento com a ditadura do marechal Beresford, o regente
inglês que governava com plenos poderes, enquanto o rei permanecia
no Brasil.
Com
isso, o espírito liberal revolucionário começou a ganhar corpo. Em
1818, na cidade do Porto, foi criado o Sinédrio,
uma associação de liberais composta de intelectuais, militares e burocratas, que, sob a liderança de Manuel Fernandes Tomás,
pregava a expulsão dos ingleses e o retomo de D. João VI a
Portugal, devidamente limitado por uma constituição.
O movimento revolucionário de 1820
A
Revolução Liberal portuguesa começou no Porto em 24 de agosto de
1820 , aproveitando a ausência do marechal Beresford, que havia
viajado para o Brasil para se avistar com D. João VI. Contando com
total adesão das tropas e do povo, os rebeldes
vitoriosos
conseguiram a adesão de Lisboa, a capital do reino, onde foi
instalada a Junta
Provisional do Conselho do Reino,
cujos compromissos eram o exercício do governo em nome do rei e
a preparação dos trabalhos constituintes. Assim, o absolutismo
estava abolido e a regência de Beresford deposta.
Em
dezembro do mesmo ano, processaram-se as eleições para as Cortes
Constituintes, órgão supremo da revolução, que estabeleceu uma
regência de cinco membros e iniciou os trabalhos de elaboração
da Constituição. Em março de 1821, foi aprovada a primeira
constituição portuguesa, proclamada à nação e jurada pelo rei,
já em Portugal, no mês de setembro do mesmo ano.
vitoriosos conseguiram a adesão de Lisboa, a capital do reino, onde foi instalada a Junta Provisional do Conselho do Reino, cujos compromissos eram o exercício do governo em nome do rei e a preparação dos trabalhos constituintes. Assim, o absolutismo estava abolido e a regência de Beresford deposta.
As repercussões da revolução no Brasil
Enquanto
não se evidenciou o seu caráter recolonizador, a Revolução
do Porto teve amplo apoio dos segmentos sociais brasileiros. Afinal,
como parte do Reino Unido, o Brasil certamente seria o grande
beneficiado com o liberalismo do novo governo revolucionário. Parte
dos comerciantes, militares e funcionários portugueses juntou-se aos
liberais brasileiros (intelectuais e elementos das camadas médias),
exigindo de D. João VI o cumprimento das decisões das Cortes.
Em 26 de fevereiro de 1821, milhares de manifestantes ocuparam o
Largo do Rossio (atual Praça Tiradentes), exigindo do rei o
juramento da Constituição, que ainda nem tinha sido promulgada
pelas Cortes. Prudentemente, D. João VI fez um pronunciamento,
considerado o juramento prévio dessa Constituição, reconhecendo,
publicamente, o fim do regime absolutista.
Em
abril do mesmo ano, às vésperas de sua partida para Portugal, as
lideranças radicais insuflaram o povo para exigir, desta feita, que
o rei jurasse uma cópia da Constituição espanhola, uma vez que a
portuguesa ainda não havia chegado ao Brasil. O clima,
aparentemente, era de entendimento e fraternidade, uma vez que as
Cortes convocaram eleições gerais para a escolha dos deputados
brasileiros que deveriam participar de sua composição. Com a volta
de D. João VI para Portugal, esse quadro seria totalmente alterado.
A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
Nem
tudo foi flores durante a estada da da Família Real Portuguesa em
1808. Os atos de D. João VI levou a uma serie de trasformações que
determinaram maior liberdade econômica às elites agroexportadoras
do país mas essas regalias também vieram acompanhaas da elevação
de impostos para o financiamento da estadia da família real no
Brasil e os comerciantes portugueses foram notadamente beneficiados
com regalias que ampliavam os lucros da chamada “nobreza da terra”.
Tais
medidas chegaram à região de Pernambuco no momento em que os
Nordeste sofria com um periodo de seca e crise econômica com a
flutuação do açúcar e do algodão no mercado internacional.
Devido essa dificuldade econômica, grande parte da população
tinha grande dificuldade para pagar os impostos estabelecidos pela
Coroa Portuguesa. Mas os ideais de liberdade e igualdade do
iluminismo rondavam alguns quadros da elite intelectual da época e
não estavam longe de Pernambuco.
Nesse
contexto de tantas insatisfações e problemas, os proprietários de
terra e outros brancos livres pobres e padres do seminário de Olinda
organizaram o movimento que eclodiu em março de 1817.

Cartaz comemorativo ao movimento de 1817
Após
derrotarem as tropas defensoras de Portugal, os revoltosos formaram
um governo provisório composto por cinco membros. Além disso,
estabeleceram a formação de um grupo de emissários que difundiriam
o movimento em outras capitanias do Brasil e algumas nações
europeias.

Julgamento dos implicados na Revolução de 1817
Em pé ao centro esta o Potiguar Frei Miguelinho um
dos líderes do movimento
Logo
que soube do ocorrido, o governo português organizou tropas na Bahia
e no Rio de Janeiro com o objetivo de abafar o levante. Enquanto as
tropas terrestres tomavam as regiões do interior, a cidade do Recife
foi cercada por embarcações que interromperam a comunicação da
capitania com outras regiões. Os lideres acabaram sendo presos e
executados. Dessa forma, o governo lusitano preservava a sua
hegemonia política através da força das armas.
Esta
questão caiu
no ENEM de
2010 e tratava da Presença da Familia Real. Procure responder e se
necessário leia novamente a aula aqui postada ou mesmo outras
fontes.
Questão
25:
Em
2008 foram comemorados os 200 anos da mudança da família real
portuguesa para o Brasil, onde foi instalada a sede do reino. Uma
sequência de eventos importantes
ocorreu no período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI
e a família real portuguesa permaneceram no Brasil.
Entre
esses eventos, destacam-se os seguintes:
• Bahia
– 1808: Parada do navio que trazia a família real portuguesa para
o Brasil, sob a proteção da marinha britânica, fugindo de um
possível ataque de Napoleão.
• Rio
de Janeiro – 1808: desembarque da família real portuguesa na
cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil.
• Salvador
– 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao
comércio de todas as nações amigas, ato antecipadamente negociado
com a Inglaterra em troca da escolta dada à esquadra portuguesa.
• Rio
de Janeiro – 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de
Portugal, devido à morte de
sua mãe, D. Maria I.
•
Pernambuco
– 1817: As tropas de D. João VI sufocam a revolução republicana.
GOMES.
L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do
Brasil. São Paulo: Editora
Planeta,
2007 (adaptado)
Uma
das consequências desses eventos foi
a)
a decadência do império britânico, em razão do contrabando de
produtos ingleses através dos portos brasileiros.b)
o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra
decretara, em 1806, a proibição do tráfico de escravos em seus
domínios.c)
a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança
entre a Espanha e a França de Napoleão.d)
a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento que
vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a
comunicação antes de 1808.e)
o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda de D.
João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de
manutenção do rei e de sua família.
Em
abril do mesmo ano, às vésperas de sua partida para Portugal, as
lideranças radicais insuflaram o povo para exigir, desta feita, que
o rei jurasse uma cópia da Constituição espanhola, uma vez que a
portuguesa ainda não havia chegado ao Brasil. O clima,
aparentemente, era de entendimento e fraternidade, uma vez que as
Cortes convocaram eleições gerais para a escolha dos deputados
brasileiros que deveriam participar de sua composição. Com a volta
de D. João VI para Portugal, esse quadro seria totalmente alterado.
A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
Nem
tudo foi flores durante a estada da da Família Real Portuguesa em
1808. Os atos de D. João VI levou a uma serie de trasformações que
determinaram maior liberdade econômica às elites agroexportadoras
do país mas essas regalias também vieram acompanhaas da elevação
de impostos para o financiamento da estadia da família real no
Brasil e os comerciantes portugueses foram notadamente beneficiados
com regalias que ampliavam os lucros da chamada “nobreza da terra”.
Tais
medidas chegaram à região de Pernambuco no momento em que os
Nordeste sofria com um periodo de seca e crise econômica com a
flutuação do açúcar e do algodão no mercado internacional.
Devido essa dificuldade econômica, grande parte da população
tinha grande dificuldade para pagar os impostos estabelecidos pela
Coroa Portuguesa. Mas os ideais de liberdade e igualdade do
iluminismo rondavam alguns quadros da elite intelectual da época e
não estavam longe de Pernambuco.
Nesse
contexto de tantas insatisfações e problemas, os proprietários de
terra e outros brancos livres pobres e padres do seminário de Olinda
organizaram o movimento que eclodiu em março de 1817.
Após
derrotarem as tropas defensoras de Portugal, os revoltosos formaram
um governo provisório composto por cinco membros. Além disso,
estabeleceram a formação de um grupo de emissários que difundiriam
o movimento em outras capitanias do Brasil e algumas nações
europeias.
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Cartaz comemorativo ao movimento de 1817 |
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Julgamento dos implicados na Revolução de 1817 Em pé ao centro esta o Potiguar Frei Miguelinho um dos líderes do movimento |
Logo
que soube do ocorrido, o governo português organizou tropas na Bahia
e no Rio de Janeiro com o objetivo de abafar o levante. Enquanto as
tropas terrestres tomavam as regiões do interior, a cidade do Recife
foi cercada por embarcações que interromperam a comunicação da
capitania com outras regiões. Os lideres acabaram sendo presos e
executados. Dessa forma, o governo lusitano preservava a sua
hegemonia política através da força das armas.
Esta
questão caiu
no ENEM de
2010 e tratava da Presença da Familia Real. Procure responder e se
necessário leia novamente a aula aqui postada ou mesmo outras
fontes.
Questão 25:
Em 2008 foram comemorados os 200 anos da mudança da família real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada a sede do reino. Uma sequência de eventos importantes ocorreu no período 1808-1821, durante os 13 anos em que D. João VI e a família real portuguesa permaneceram no Brasil.
Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:
• Bahia – 1808: Parada do navio que trazia a família real portuguesa para o Brasil, sob a proteção da marinha britânica, fugindo de um possível ataque de Napoleão.
• Rio de Janeiro – 1808: desembarque da família real portuguesa na cidade onde residiriam durante sua permanência no Brasil.
• Salvador – 1810: D. João VI assina a carta régia de abertura dos portos ao comércio de todas as nações amigas, ato antecipadamente negociado com a Inglaterra em troca da escolta dada à esquadra portuguesa.
• Rio de Janeiro – 1816: D. João VI torna-se rei do Brasil e de Portugal, devido à morte de sua mãe, D. Maria I.
• Pernambuco – 1817: As tropas de D. João VI sufocam a revolução republicana.GOMES. L. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado)
Uma das consequências desses eventos foia) a decadência do império britânico, em razão do contrabando de produtos ingleses através dos portos brasileiros.b) o fim do comércio de escravos no Brasil, porque a Inglaterra decretara, em 1806, a proibição do tráfico de escravos em seus domínios.c) a conquista da região do rio da Prata em represália à aliança entre a Espanha e a França de Napoleão.d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento do isolamento que vigorava entre as províncias do país, o que dificultava a comunicação antes de 1808.e) o grande desenvolvimento econômico de Portugal após a vinda de D. João VI para o Brasil, uma vez que cessaram as despesas de manutenção do rei e de sua família.
Resposta: C
Habilidade: Interpretar
historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de
aspectos da cultura.
Comentários: Esta questão se não bem analisada pode virar uma pegadinha que é a dor de cabeça dos candidatos do ENEM Isto por causa de um pequeno erro na criação do
enunciado. O certo poderia ser: “Outro evento relacionado à Vinda da
Família Real foi”. Não há uma relação ou nexo causal entre os fatos mencionados e a resposta mas a aluno poderia usar como artifício a eliminação das informações absurdas do ponto de vista histórico e chegar a questão correta. É o tipo de questão em que o texto mais "enfeita" a questão do que contextualiza a questão.
Resposta: C
Habilidade: Interpretar
historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de
aspectos da cultura.
Comentários: Esta questão se não bem analisada pode virar uma pegadinha que é a dor de cabeça dos candidatos do ENEM Isto por causa de um pequeno erro na criação do
enunciado. O certo poderia ser: “Outro evento relacionado à Vinda da
Família Real foi”. Não há uma relação ou nexo causal entre os fatos mencionados e a resposta mas a aluno poderia usar como artifício a eliminação das informações absurdas do ponto de vista histórico e chegar a questão correta. É o tipo de questão em que o texto mais "enfeita" a questão do que contextualiza a questão.
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