No fim do século IV d.C., com o objetivo de facilitar a administração e a defesa, o imperador Teodósio dividiu o vasto Império Romano em duas áreas distintas: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. Em geral, a expressão queda do Império Romano refere-se ao fim do Império Romano do Ocidente, ocorrido em 476 d.C., com a tomada de Roma pelos hérulos mas, o que aconteceu com o Império Romano do Oriente?? é o que vamos aprender aqui nesta aula.
Política
O
nome sem sua origem ao fato de i Imperador Constantino ter mudado a
capital para a cidade grega de Bizâncio, e como a cultura popular
ainda era grega, ficou conhecido como Império Bizantino.
A
organização política do Império Bizantino tem como características uma monarquia hereditária, teocrática e
cesaropapista, onde se percebe a submissão da Igreja ao Estado e o
governo extremamente centralizador e intervencionista que controla a
Igreja, exército, corte, administração, sistema fiscal e
econômico. Seu centro político era Constantinopla, pois comandava
uma vasta região e muitos povos. Vejamos com mais detalhes a vida
política dos Bizâncios.
Em
457 marca o início da Dinastia Leonina. Entretanto, em 527, o
Governo de Justiniano é que mais vai se destacar, pois é com ele
que o Império Bizantino viverá seus melhores dias.
Para ter uma
melhor governabilidade aprimorou as leis do Império Bizantino e
assim surgiu o Corpus Júris Civilis, que era marcado por cinco
livros:
•Código
Justiniano – Conjunto de todas as Leis.
•Digesto
ou Pandecta – Comentários, opiniões dos juristas romanos.
•Institutas
– Resumo de todas as leis para estudantes.
•Novelas
ou Autênticas – Novas Leis.
•Os
objetivos de Justiniano eram:
•Unir
o Oriente com o Ocidente por meio da Religião, para tanto se fazia
necessário vencer e superar as
diferenças
doutrinárias e acabar com o paganismo.
•Buscar
um desenvolvimento arquitetônico e cultural.
•Para
tanto se fazia necessário o aumento de impostos.
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Mosaico de Justiniano |
Com
a morte de Justiniano o Império entra em pequena mas progressiva decadência
pois
seus sucessores
não conseguiram manter o esplendor que Justiniano teve outrora. O
Império também começou a enfraquecer com ataques externos.
Economia
A
Economia voltada para o comercio marítimo foi fundamental na
salvação do Império Bizantino e soma-se a isto a atração de
muitas riquezas do Ocidente durante o apogeu da crise do império
Romano e melhores condições para enfrentar a Invasões Bárbaras.
O
comércio, fonte de renda do império foi importante devido a sua
posição estratégica entre Ásia e Europa e serviu de impulso para
esse desenvolvimento comercial, uma vez que se localizava na passagem
do Mar Negro para o Mar Mediterrâneo (Estreito de Bósforo). Baseada
na agricultura e comércio, com a existência de corporações,
associações (moeda SOLIDUS)
O
Estado intervia forte na economia controlando e fiscalizando as
atividades econômicas e r supervisionando a qualidade e a quantidade
das mercadorias. Entre estes estavam: perfumes, seda, porcelana e
peças de vidro, além das empresas dos setores de pesca, metalurgia,
armamento e tecelagem.
Sociedade
A
sociedade do Império Bizantino é marcada por ser uma sociedade
rigidamente hierarquizada e aristocrática. Vejamos os grupos sociais
presentes no Império Bizantino:
• Elite
– composta por grandes comerciantes, donos de oficinas
manufatureiras, banqueiros, alto clero e funcionários destacados.
• Classe
remediada – formada por artesãos, pequenos comerciantes.
•
Trabalhadores
pobres – Era a maioria da população, composta dos trabalhadores
das manufaturas, os servos dos latifúndios e os escravos.
Cultura
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Mosaico representando Cristo |
O
cristianismo é a base da cultura bizantina uma vez que era a
religião
oficial e obrigatória em todo território e
influindo em
todos os setores sociais. A Igreja era tão importante para essa
sociedade que o historiador Steven Runciman chegou a afirmar que: “A
atenção principal do bizantino estava dirigida para as questões e
os detalhes religiosos que lhe poderiam abrir ou fechar as portas do
Céu”. Isto quer dizer que, para os bizantinos, a vida neste
planeta tinha pouca importância, o interessante era o reino dos
céus.
Em
todos os lugares da capital do império, Constantinopla, havia
pessoas que estavam envolvidas em discussões teológicas e detalhes
religiosos. Podemos destacar duas discussões mais evidentes:
• Monofisismo:
estes negavam a natureza terrestre de Jesus Cristo. Para eles Jesus
possuía apenas a natureza divina, espiritual. Esse movimento teve
início no século V com auge no reinado de
Justiniano.
Não
podemos deixar de destacar a construção imponente e bela da Igreja
de Santa Sófia, em Constantinopla, que é um dos exemplos mais
claros de como a arquitetura bizantina é majestosa. Trabalharam na
construção da igreja de Santa Sófia cerca de 10 mil homens,
durante cinco anos. Sua cúpula, de 34 metros de diâmetro, eleva-se
gradualmente até 56 metros de altura.
No interior da igreja, toda
noção de peso desaparece. A cúpula parece flutuar, assentada num
anel luminoso de janelas justapostas. O interior da igreja é
totalmente ornamentada com belos mosaicos, marfins e pedras
preciosas. Foram utilizadas nessa decoração cerca de 18 toneladas
de ouro.
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Interior da Catedral de Santa Sofia |
O
Corpus Júris Civilis é uma obra jurídica fundamental, publicada
entre os anos 529 e 534 por ordens do imperador Bizantino Justiniano
I, que dentro de seu projeto de unificar e expandir o Império
Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação
congruente e que tivesse capacidade de atender os vivenciados daquela
época. Por esses motivos, foi publicado o Corpus Júris Civilis.
Pouco
depois de assumir o poder, Justiniano, além de perceber a
importância de guardar a herança representada pelo direito romano,
viu também a necessidade de reorganizar a legislação que se
mantinha em vigor na época e a indispensabilidade de manter as
normas de direito romano, e assim, em 528, um ano após ter-se
tornado imperador, nomeou uma comissão de dez membros para realizar
um trabalho de seleção e constituições imperiais vigentes, essas
leis eram emanadas pelos imperadores desde o governo do imperador
Adriano, um confuso legislativo.
O
Corpus Júris Civilis organizou as leis que já existiam e formulou
novas, que se tornaram a base do Direito Civil moderno. Além de
representar uma revolução jurídica, é também um documento
importante sobre a vida no Império Romano.
A Revolta de Nika
No
Hipódromo de Constantinopla, durante o reinado de Justiniano,
ocorreu uma revolta popular presenciada pelos bizantinos que
acompanharam uma disputa entre duas equipes: Verdes e Azuis. Esta
insurreição foi um reflexo da exploração econômica e da opressão
que as camadas inferiores sofriam.
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EXERCÍCIOS |
(UFES)
Segundo a crença dos cristãos de Bizâncio, os ícones (imagens
pintadas ou esculpidas de Cristo, da Virgem e dos Santos) constituíam
a “revelação da eternidade no tempo, a comprovação da própria
encarnação, a lembrança de que Deus tinha se revelado ao homem e
por isso era possível representá-lo de forma visível.”
(Franco
Jr., H. e Andrade Filho, R. O. O IMPÉRIO BIZANTINO. São Paulo:
Brasiliense, 1994. p. 27).
Apesar
da extrema difusão da adoração dos ícones no Império
Bizantino, o imperador Leão III, em 726, condenou tal prática por
idolatria, desencadeando assim a chamada “crise iconoclasta”.
Dentre
os fatores que motivaram a ação de Leão III, podemos citar o
(a):
a)
intolerância da corte imperial para com os habitantes da Ásia
Menor, região onde o culto aos ícones servia de pretexto para a
aglutinação de povos que pretendiam se emancipar.
b)
necessidade de conter a proliferação de culto às imagens, num
contexto de reaproximação da Sé de Roma com o imperador
bizantino, uma vez que o papado se posicionava contra a instituição
dos ícones e exigia a sua erradicação.
c)
tentativa de mirar as bases políticas de apoio à sua irmã,
Teodora, a qual, valendo-se do prestígio de que gozava junto aos
altos dignitários da Igreja Bizantina, aspirava secretamente a
sagrar-se imperatriz.
d)
aproximação do imperador, por meio do califado de Damasco, com o
credo islâmico que, recuperando os princípios originais do
monoteísmo judaico-cristão, condenava a materialização da
essência sagrada da divindade em pedaços de pano ou madeira.
e)
descontentamento imperial com o crescente prestígio e riqueza dos
mosteiros (principais possuidores e fabricantes de ícones), que
atraíam para o serviço monástico numerosos jovens, impedindo-os,
com isso, de contribuírem para o Estado na qualidade de soldados,
marinheiros e camponeses.
(Unesp)
A Civilização Bizantina floresceu na Idade Média, deixando em
muitas regiões da Ásia e da Europa testemunhos de sua irradiação
cultural. Assinale importante e preponderante contribuição
artística bizantina que se difundiu expressando forte destinação
religiosa:
a)
Adornos de bronze e cobre.
b)
Aquedutos e esgotos.
c)
Telhados de beirais recurvos.
d)
Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas.
e)
Vias calçadas com artefatos de couro.
“[...]
Aquilo que se tornou conhecido por Império Bizantino era na origem
o Império Romano do Oriente (Grécia, Egito, Siria-Palestina,
Mesopotâmia, Ásia Menor). E realmente, como Roma, Bizâncio uniu,
através de uma língua e uma determinada maneira de sentir e de
pensar, povos que nada tinham em comum entre si. Como os antigos
gregos e romanos, os bizantinos consideravam-se os únicos
habitantes do mundo civilizado, rotulando de bárbaros todos os que
não partilhavam de sua cultura. […] Por isso mesmo suas relações
com o Ocidente medieval sempre foram difíceis [...]”
Essa
diferença com o Ocidente manifestou-se também no plano religioso
e político, tendo como um de seus resultados:
a)
o fechamento do mar Mediterrâneo aos europeus por parte dos
Bizantinos.
b)
o início das Cruzadas pelos cristãos ocidentais, que pretendiam
retomar partes do Império Bizantino localizadas na Terra Santa.
c)
o Grande Cisma, ou Cisma do Ocidente.
d)
as divergências papais que levaram ao Cisma do Ocidente.
* Crédito
da Imagem: PavleMarjanovic e Shutterstock.com
A
imagem é um mosaico, uma das principais características
artísticas da civilização bizantina. Através dela também é
possível perceber outra característica do Império Bizantino, que
é:
a)
a teocracia, o caráter despótico do imperador associado à sua
influência política.
b)
a burocracia, que controlava o poder político do Estado,
segundando a figura do Imperador.
c)
a cleptocracia, a corrupção utilizada pelos Imperadores para
manter seu poder.
d)
a plutocracia, o poder dos homens ricos que conseguiam subjugar
inclusive o poder religioso, colocando-se acima de Cristo.
-
Letra E. A ação dos iconoclastas tinha um caráter tanto religioso quanto político, em virtude da disputa pelo poder que ela carregou. Além de tentar diminuir o poder da Igreja e dos mosteiros, a ação dos iconoclastas era uma forma de buscar uma aproximação com o judaísmo e o islamismo, religiões em que há uma atitude negativa com a adoração de ícones.
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Letra D. Os mosaicos geralmente representavam a imagem de Jesus e as demais figuras a ele associadas, bem como membros das famílias imperiais. As cúpulas arredondadas foram muito utilizadas nos templos religiosos cristãos, podendo ser destacada a Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla, atual Istambul.
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Letra C. Diferenças religiosas e políticas entre os papas localizados em Roma e os Patriarcas e Imperadores de Bizâncio foram se acentuando ao longo dos séculos, resultando no Cisma do Oriente em 1054.
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Letra A. Herdeiro do Império Romano, o Império Bizantino mantinha também um poder centralizado na figura do Imperador que detinha ainda o controle religioso da civilização. No caso do Império Bizantino, essa prática ficou conhecida ainda como cesaropapismo, na qual o Imperador era supremo em relação à Igreja por ser considerado o eleito de Deus.
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Letra E. O monofisismo era a doutrina que negava a existência humana de Cristo, e os iconoclastas eram os que se opuseram à adoração dos ídolos e das imagens religiosas.
Fonte dos Exercícios e Gabarito: http://exercicios.mundoeducacao.com/exercicios-historia/exercicios-sobre-imperio-bizantino.htm#resposta-600
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