sexta-feira, 13 de março de 2015

Alta Idade Média - Os Francos



Nesta Postagem veremos uma das Aulas sobre a Idade Média. Nesta veremos os Francos com destaque ao Imperador Carlos Magno. Seu governo será importante, como veremos abaixo para a formação do Feudalismo.



A Idade Média é o período histórico compreendido entre os anos de 476 ( queda de Roma ) ao ano de 1453 ( a queda de Constantinopla). Para efeitos didáticos ela é dividida em:

-ALTA IDADE MÉDIA ( do século V ao século IX ) - fase marcada pelo processo de formação do feudalismo.

-BAIXA IDADE MÉDIA ( do século XII ao século XIV ) -fase caracterizada pela crise do feudal.

Entre os séculos IX e XII observa-se a cristalização do Sistema Feudal.


ALTA IDADE MÉDIA


Período do século V ao século IX temos a formação do Sistema Feudal (lembram dele? Então veja nossa aula publicado sobre o feudalismo). Foi durante esse período que diverso processos históricos que darão formação ao modo de produção feudal onde destacamos formação dos Reinos Bárbaros, com destaque para o Reino Franco; o Império Bizantino -parte oriental do Império Romano - e a expansão do Mundo Árabe já vista por nós em nosso blog e ainda vamos aprofundar este assunto pois, além de ser uma civilização importante para a história é constante nos telejornais os noticiarem. Assim, a Alta Idade Média representa o processo de ruralização da economia e sociedade da Europa.

OS REINOS BÁRBAROS

Os povos que não estavam dentro da área do Império Romano eram por eles chamados de “Barbaros”; ou seja eram aqueles povos não possuía uma cultura greco-romana e que, portanto, não vivia sob o domínio de sua civilização. Os bárbaros que invadiram e conquistaram a parte ocidental do Império Romano levando ao seu fim eram os Germânicos, que viviam em um estágio de civilização bem inferior, em relação aos romanos. Eles não conheciam o Estado e estavam organizados em tribos. As principais tribos germânicas que se instalaram na parte ocidental de Roma foram:

-Os Anglo-Saxões, que se estabeleceram na Grã-Bretanha;
-Os Visigodos estabeleceram-se na Espanha;
-Os Vândalos fixaram-se na África do Norte;
-Os Ostrogodos que se instalaram na Itália;
-Os Suevos constituíram-se em Portugal;
-Os Lombardos no norte da Itália;
-Os Francos que construíram seu reino na França.

Por não conhecer o Estado como uma instituição politica viviam em comunidades tribais cuja principal unidade era a Família. A reunião de famílias constituía um Clã e o agrupamento de clãs formava a Tribo. A única instituição política dos povos germânicos era a Assembléia de Guerreiros, responsável por todas as decisões importantes e chefiada por um rei ( rei que era indicado pela Assembléia e que, por isto mesmo, controlava o seu poder ). Os jovens guerreiros se uniam -em tempos de guerra -a um chefe militar por laços de fidelidade, o chamado Comitatus.

A sociedade germânica era assim composta:
Os povos Bárbaros na Europa
-Nobreza: formada pelos líderes políticos e grandes
proprietários de terras;
-Homens-livres: pequenos proprietários e guerreiros que
participavam da Assembléia;
-Homens não-livres: os vencidos em guerras que viviam sob o regime de servidão e presos à terra e os escravos - grupo formado pelos prisioneiros de guerra.

Economicamente, os germânicos viviam da agricultura e do pastoreio. O sistema de produção estava dividido nas propriedades privadas e nas chamadas propriedades coletivas ( florestas e pastos ).
A religião era politeísta e seus deuses representavam as forças da natureza.

Entre os povos germânicos, os Francos são aqueles que irão constituir o mais importante reino bárbaro e que mais influenciarão o posterior desenvolvimento europeu.

O REINO FRANCO


Os Francos conheceram duas dinastias
-Dinastia dos Merovíngios ( século V ao século VIII ) e -Dinastia dos Carolíngios ( século VIII ao século IX ).

OS MEROVÍNGIOS (451 a 751)


O unificador das tribos francas foi Clóvis ( neto de Meroveu, um rei lendário que dá nome a dinastia). Em seu reinado houve uma expansão territorial e a conversão dos Francos ao cristianismo. Essa conversão a religião Crista foi fundamental ao Francos pois passam a receber receber apoio da Igreja Católica e o mesmo e para a Igreja Católica que terá seu número de adeptos aumentado, e contará com o apoio militar dos Francos.


As divisões do Reino dos Francos de 511 a 687 

Em 511, após a morte de Clóvis, o Reino dos Francos foi dividido em quatro partes, pois era um costume germânico fazer a partilha dos bens do falecido entre os seus varões, e com isso a monarquia franca ficou debilitada, pois foi iniciada uma luta entre os herdeiros. 

Durante um longo tempo a Gália permaneceu dividida, com exceção do período de 629 a 639 durante o reinado de Dagoberto I. 


Os prefeitos do palácio de 640 a 751 

Com a dinastia dos Merovíngios em decadência após a morte de Dagoberto os reis abandonaram suas funções deixando tais responsabilidades : o prefeito do palácio também conhecido como major domus, que assumiram o poder marginalizando os reis, que passaram a ser conhecidos como reis indolentes.
Dentre esses prefeitos se destacou Pepino e seu filho Carlos Martel 721, unificou de Nêustria e a Austrásia formando a entidade geopolítica que passou a ser chamada de Franca. 

Batalha de Poitiers,(732) conflito que barrou
 a invasão islâmica na europa vencida por
Carlos Martel
Pepino foi coroado pelo papa Estêvão II. E em agradecimento ao apoio que recebeu, Pepino cedeu à Igreja as terras que ele tomou dos lombardos durante à expedição à Itália contra esse grupo que ameaçava atacar a roma e o Papado. Esse território foi utilizado pela Itália para formar o Patrimônio de São Pedro. 

OS CAROLÍNGIOS


Dinastia iniciada por Pepino, o Breve. O poder real de Pepino foi legitimado pela Igreja, iniciando-se assim uma aliança entre o Estado e a Igreja - muito comum na Idade Média, bem como o início de uma interferência da Igreja em assuntos políticos.

Após a legitimação de seu poder, Pepino vai auxiliar a Igreja na luta contra os Lombardos. As terras conquistadas dos Lombardos foram entregues à Igreja, constituindo o chamado Patrimônio de São Pedro. A prática de doações de terras à Igreja irá transformá-la na maior proprietária de terras da Idade Média.

Com a morte de Pepino, o Breve e de seu filho mais velho Carlomano, o poder fica centrado nas mãos de Carlos Magno.

O IMPÉRIO CAROLÍNGIO
Carlos Magno foi a mais importante rei dos Francos que fez uma politica expansionista formando um Império que vai compreender os atuais países da França, Holanda, Bélgica, Suiça, Alemanha, República Tcheca, Eslovênia, parte da Espanha, da Áustria e Itália.
A Igreja Católica, representada pelo Papa Leão III, vai coroá-lo imperador do Sacro Império Romano, no Natal do ano 800.

Este vasto império será administrado por um conjunto de leis denominado de Capitulares (as primeiras leis da Idade Média) impostas a todo o Império. O mesmo será dividido em províncias: os Condados, administrados pelos condes; os Ducados, administrados pelos duques e as Marcas, sob a tutela dos marqueses. Condes, Duques e Marqueses estavam sob a vigilância dos Missi Dominici -funcionários que em nome do rei inspecionavam as províncias e controlavam seus administradores. Os Missi Dominici atuavam em dupla: um leigo e um clérigo.

Representação de
Carlos Magno
No reinado de Carlos Magno a prática do benefício (beneficium) foi muito difundida, como forma de ampliar o poder real. Esta prática consistia na doação de terras a quem prestasse serviços ao rei, tendo para com ele uma relação de fidelidade. Quem recebesse o benefício não se submetia à autoridade dos missi dominici. Tal prática foi importante para a fragmentação do poder nas mãos de nobres ligados à terra em troca de prestação de serviços -a origem do FEUDO.

Na época de Carlos Magno houve um certo desenvolvimento cultural, o chamado Renascimento Carolíngio, caracterizado pela promoção das atividades culturais, através da criação de escolas e pela vinda de sábios de várias partes da Europa, tais como Paulo Diácono, Eginardo e Alcuíno - monge fundador da escola palatina.

Este "renascimento" contribuiu para a preservação e a transmissão de valores da cultura clássica ( greco-romana ). Destaque para a ação dos mosteiros, responsáveis pela tradução e cópia de manuscritos antigos.

DECADÊNCIA DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO

Com a morte de Carlos Magno, em 814, o poder vai para seu filho Luís, o Piedoso, o qual conseguiu manter a unidade do Império. Com a sua morte, em 841, o Império foi dividido entre os seus filhos. A divisão do Império ocorreu em 843, com a assinatura do Tratado de Verdun estabelecendo que:

Carlos, o Calvo ficasse com a parte ocidental ( a França atual);
Lotário ficasse com a parte central ( da Itália ao mar do Norte) e
Luís, o Germânico ficasse com a parte oriental do Império.

Após esta divisão, outras mais ocorrerão dentro do que antes fora o Império Carolíngio. Estas divisões fortalecem os senhores locais, contribuindo para a descentralização política que, somada a uma onda de invasões sobre a Europa, à partir do século IX ( normandos, magiares e muçulmanos) contribuem para a cristalização do feudalismo.


Thor o Deus do Trovão faz parte da Mitologia dos Germanicos
Aqui como ele é retratado no cinema




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