quarta-feira, 11 de março de 2015

Revoltas Coloniais I


Inconfidência Mineira, Revolta dos Alfaiates, Guerra dos Mascates, Guerra dos Emboabas! Afinal como os colonos reagiram ao processo de colonização do Brasil? Todas as revoltas foram iguais ou podemos diferencia-las? Aprenda como se deu a reação ao processo colonizador implantado no Brasil e como podemos distinguir as revoltas do Brasil colonial.
 As Revoltas do Período Colonial Brasileiro se dividiram entre interesses nativistas e interesses separatistas.
O Brasil foi descoberto em 1500, mas a efetiva exploração econômica do território de imediato mas após a decadencia do comercio com o oriente e a possibilidade de perda da colonia americana para nações que não aceitavam as determinações do Tratado de Tordesilhas.
Com o desenvolvimento da exploração do Brasil em sentido colonial onde, como vimos em nossas postagens do blog tudo era produzido recaia sobre a lógica do mercantilismo em que os lucros somente iriam para a metropole. Porem, importante deixar claro que o chamado Pacto colonial em recentes pesquisas de historiadores estão demonstrando novas abrangências sobre a rigidez desse tipo de relação comercial. Ao que parece, o Pacto Colonial não era tão rígido como se disse por muitos anos, a colônia tinha certa autonomia para negociar seus produtos e apresentar seus interesses.

Mas o que não nos deixa dúvida a metrópole não agiu aqui como os Ursinhos Carinhosos mas sim foi uma relação com a colonia envolveu a prática da exploração. O objetivo das metrópoles era auferir o máximo de lucros possíveis com a produção das colônias. No Brasil, antes do ouro ser encontrado e causar grande alvoroço, a cana-de-açúcar era o principal produto produzido, na região Nordeste.


Esta exploração realizada pela metrópole portuguesa teve seus reflexos de descontentamento a partir do final do século XVII e principalmente durante o século XVIII que uma serie de revoltas vai “pipocar no na colonia. Porem a pergunta que colocamos aqui é – todos esses movimentos foram iguais? Ou algo os diferencia? E a resposta caros alunos é que esses movimentos revoltosos são sim distintos principalmente quanto ao nível de consciência politica e objetivos. Entre todos esses movimentos, podem-se distinguir duas orientações nas revoltas: a de tipo nativista e a de tipo separatista. As revoltas que se encaixam no primeiro modelo são caracterizadas por conflitos ocorridos entre os colonos ou defesa de interesses de membros da elite colonial. Somente as revoltas de tipo separatista que pregavam uma independência em relação a Portugal.

Importante você entender que Os Movimentos nativistas anti-coloniais era os movimentos isolados da Coroa portuguesa que protestava contra os abusos das autoridades, em relação a impostos e ao Pacto Colonial e que não visava a separação de toda uma política, além de irem contra a imposição externa, aquela em que um colonizador imponha construindo um próprio nativismo. Isso se deu após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, em 1645. Antes da expulsão dos holandeses, no governo de Maurício de Nassau ou no "Brasil-holandês" ocorreram as seguintes revoltas.
Ao contrário dos Movimentos Separatistas entendiam que a situação do Brasil de colonia vivendo sob o julgo de uma politica economica mercantilista com “as redeas presas” sob o pacto colonial era a explicação para a situação de exploração e para isso essas revoltas a exemplo da Inconfidência Mineira e a Conjuração Bahiana tem em suas proposta a separação do Brasil de Portugal. Devido a importância dada a essas revoltas separatista vamos aprofundar em proxma postagem essas revoltas e por ora  vamos nos concentrar nas revoltas nativistas

Entre as revoltas nativistas mais importantes estão: Revolta de BeckmanGuerra dos EmboabasGuerra dos Mascates e a Revolta de Filipe dos Santos.

AS REVOLTAS NATIVISTAS


Revolta dos Beckman ocorreu no ano de 1684 sob liderança dos irmãos Manuel Tomas Beckman. O evento que se passou no Maranhão reivindicava melhorias na administração colonial, o que foi visto com maus olhos pelos portugueses que reprimiram os revoltosos violentamente. Foi a única revolta do século XVII.

Guerra dos Emboabas foi um conflito que ocorreu entre 1708 e 1709. O confronto em Minas Gerais aconteceu porque os bandeirantes paulistas queriam ter exclusividade 
na exploração do ouro recém descoberto no Brasil, mas levas e mais levas de portugueses chegavam à colônia para investir na exploração. A tensão culminou em conflito entre as partes.
Guerra dos Mascates aconteceu logo em seguida, entre 1710 e 1711. O confronto em Pernambuco envolveu senhores de engenho de Olinda e comerciantes portugueses de Recife. A elevação de Recife à categoria de vila desagradou a aristocracia rural de Olinda, gerando um conflito. O embate chegou ao fim com a intervenção de Portugal e equiparação entre Recife e Olinda.
Revolta de Filipe dos Santos aconteceu em 1720. O líder Filipe dos Santos Freire representou a insatisfação dos donos de minas de ouro em Vila Rica com a cobrança do quinto e a instalação das Casas de Fundição. A Coroa Portuguesa condenou Filipe dos Santos à morte e encerrou o movimento violentamente.

REVOLTAS EMANCIPATÓRIAS

Libertas quae será tamen "liberdade ainda que tardia"

lema dos inconfidentes mineiros
Inconfidência Mineira, já com caráter de revolta separatista, aconteceu em 1789. A revolta dos mineiros contra a exploração dos portugueses pretendia tornar Minas Gerais independente de Portugal, mas o movimento foi descoberto antes de ser deflagrado e acabou sendo punido com rigidez pela metrópole. Tiradentes foi morto e esquartejado em praça pública para servir de exemplo aos demais do que aconteceria aos descontentes com Portugal.
Conjuração Baiana, também separatista, ocorreu em 1798. O movimento ocorrido na Bahia pretendia separar o Brasil de Portugal e acabar com o trabalho escravo. Foi severamente punida pela Coroa Portuguesa.
Fontes:
Donato, Hernâni. Dicionário das batalhas brasileiras. São Paulo: Ibrasa, 1987.

QUESTOES

"A confrontação entre a loja e o engenho tendeu principalmente a assumir a forma de uma contenda municipal, de escopo jurídico-institucional, entre um Recife florescente que aspirava à emancipação e uma Olinda decadente que procurava mantê-Io numa sujeição irrealista. Essa ingênua fachada municipalista não podia, contudo, resistir ao embate dos interesses em choque. Logo revelou-se o que realmente era, o jogo de cena a esconder uma luta pelo poder entre o credor urbano e o devedor rural."
(Evaldo Cabral de Mello. A fronda dos mazombos, São Paulo, Cia. das Letras, 1995, p. 123).
O autor refere-se:

a) ao episódio conhecido como a Aclamação de Amador Bueno.
b) à chamada Guerra dos Mascates.
c) aos acontecimentos que precederam a invasão holandesa de Pernambuco.
d) às consequências da criação, por Pombal, da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco.
e) às guerras de Independência em Pernambuco.

GABARITO: LETRA B


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