segunda-feira, 9 de março de 2015

Idade Média - O Feudalismo




Nesta aula vamos entender o que foi Feudalismo. Modo de produção típico da Idade Média (Séc. V – XV) e que tanto marcou como singularizou a Europa e de fundamental importância o seu entendimento para entender tanto o que o Período chamado de Medieval como para o período posteriores; dai fundamental para fazer a prova do ENEM.

Podemos conceituar o Feudalismo como  um sistema econômico, político e social fundamentado na propriedade sobre a terra. Esta pertence ao senhor feudal que cede uma porção dessa terra ao vassalo  em troca de serviços ocasionando uma relação de dependência.

OBS. IPC (Importante Pra Caramba) Não confunda Vassalo com Servo.

A sociedade feudal era composta por três estamentos (três grupos sociais com status fixo): os Nobres (guerreiros), o Clero (religiosos), e os servos (mão de obra). O que determinava o status social era o nascimento. Havia também a relação de suserania entre os Nobres, onde um nobre (suserano) doa um feudo para outro nobre (vassalo). Apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de promoção, de mobilidade). 

A sociedade feudal era composta por três estamentos (três grupos sociais com status fixo): os Nobres (guerreiros), o Clero (religiosos), e os servos (mão de obra). O que determinava o status social era o nascimento. Havia também a relação de suserania entre os Nobres, onde um nobre (suserano) doa um feudo para outro nobre (vassalo). Apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social (a Igreja foi uma forma de promoção, de mobilidade). 

O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas. 
A nobreza (também chamados de senhores feudais) tinha como principal função a de guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem). 
Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa: estavam presos à terra, sofriam intensa exploração, eram obrigados a prestarem serviços à nobreza e a pagar-lhes diversos tributos em troca da permissão de uso da terra e de proteção militar. Embora geralmente se considere que a vida dos camponeses fosse miserável, a palavra "escravo" seria imprópria.


Podemos colocar como o inicio do feudalismo com as  invasões bárbaras e a posterior queda do Império Romano do Ocidente (Século V) que transformam toda a estrutura política e econômica da Europa Ocidental descentralizando-a. Os povos “bárbaros”, povos que não faziam parte do Império Romano (falaremos mais sobre eles em aula posterior) ao ocuparem parte das terras da Europa Ocidental contribuem com o processo de ruralização e o surgimento de diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Mas é no Período Carolíngio que se solidificam as principais estruturas do feudalismo.

O feudalismo se caracteriza pelas relações de Suserania e Vassalagem (dependência pessoal) e de autoridade e posse da terra. As vilas tornam-se o centro da nova estrutura socioeconômica que tem um sistema produtivo basicamente voltado para o suprimento das necessidades individuais dos feudos.
Os Feudos, por sua vez, constituíam a unidade territorial da economia feudal, caracterizando-se pela sua auto-suficiência econômica, produção predominantemente agropastoril e ausência quase total de comércio. Nos feudos, a produção de arte ocorre nos castelos.

Dividiam-se os Feudos em três áreas: o domínio, exclusivamente do senhor feudal e trabalhada pelo servo; a terra comum, matas e pastos que podem ser utilizados tanto pelo senhor quanto pelos servos; e o manso servil, que destinado aos servos era dividido em áreas denominadas “glebas” de onde metade de toda produção deveria ser destinada ao senhor feudal (talha - um tipo de imposto), os feudos podiam tanto ser enormes territórios com cidades inteiras dentro deles, ou apenas uma fazenda, variando muito de um para o outro. Na época do Reino Carolíngeo, feudo significava “benefício”, era o nome dado ao benefício que o suserano cedia ao vassalo e, que na maioria das vezes era a posse de terras. Daí o porquê que “feudo” designa hoje a propriedade em si.

Com uma estrutura social estática e hierarquizada podemos identificar a vassalagem e a suserania como as principais relações da sociedade feudal. O senhor feudal ou suserano era quem tinha a posse das terras e as cedia aos Servos (presos a terra)  que deveriam trabalhar nelas para sustento próprio e, no que chamavam de corvéia, o trabalho gratuito para o senhor feudal durante três dias por semana.

A sociedade era basicamente composta por duas camadas principais: os senhores e os servos. O clero, embora de muita importância na sociedade feudal, não constituía uma classe separada uma vez que os componentes do clero, ou eram senhores (alto clero), ou eram servos (baixo clero). Entretanto, a relação de suserania é mais complexa uma vez que as terras eram cedidas não aos camponeses, mas a outros senhores ou cavaleiros que assumiam um compromisso de fidelidade com o suserano. Este cedia terras em troca de mais poder e um aumento no contingente de seu exército. O que, na prática, não significava que ele possuía poder sobre os outros feudos uma vez que o poder era descentralizado.




A Igreja nesse período assume a posição de único poder centralizado. Aliás, a que se considerar a enorme importância da Igreja na sociedade feudal uma vez que naquela época toda a formação moral, social e ideológica era fortemente influenciada pelo clero.


O fim do sistema feudal costuma ser delimitado pela queda do Império Romano do Oriente (Queda de Constantinopla) no século XV e, na Europa deveu-se a diversos motivos econômicos, sociais, políticos e religiosos. Dentre eles podemos destacar a fome ocasionada pela estagnação das técnicas agrícolas aliada ao crescimento excessivo da população; a peste que assolou a Europa dizimando um terço da população já bastante debilitada pela fome; o esgotamento das reservas minerais que abalou a produção de moedas afetando inevitavelmente as operações bancárias e o comércio; a ascensão da burguesia e a crise religiosa ocasionada pela necessidade de uma nova filosofia religiosa e novas necessidades espirituais.

Assista a Vídeo Aula e depois analise as questões abaixo





(UFPA) Nas relações de suserania e vassalagem dominantes durante o feudalismo europeu, é possível observar que:
a) a servidão representou, sobretudo na França e na península Ibérica, um verdadeiro renascimento da escravidão conforme existia na Roma imperial.
b) os suseranos leigos, formados pela grande nobreza fundiária, distinguiam juridicamente os servos que trabalhavam nos campos dos que produziam nas cidades.
c) mesmo dispondo de grandes propriedades territoriais, os suseranos eclesiásticos não mantinham a servidão nos seus domínios, mas sim o trabalho livre.
d) o sistema de impostos incidia de forma pesada sobre os servos. O imposto da mão morta, por exemplo, era pago pelos herdeiros de um servo que morria para que continuassem nas terras pertencentes ao suserano.
e) as principais instituições sociais que sustentavam as relações entre senhores e servos eram de origem muçulmana, oriundos da longa presença árabe na Europa Ocidental.



(ENEM-2001) O texto abaixo reproduz parte de um diá- logo entre dois personagens de um romance. — Quer dizer que a Idade Média durou dez horas? - Perguntou Sofia. — Se cada hora valer cem anos, então sua conta está certa. Podemos imaginar que Jesus nasceu à meianoite, que Paulo saiu em peregrinação missionária pouco antes da meia-noite e meia e morreu quinze minutos depois, em Roma. Até as três da manhã a fé cristã foi mais ou menos proibida. (...) Até as dez horas as escolas dos mosteiros detiveram o monopólio da educação. Entre dez e onze horas são fundadas as primeiras universidades. Adaptado de Gaarder, Jostein. O Mundo de Sofia, Romance da História da Filosofia. São Paulo: Cia das Letras, 1997. O ano de 476 d.C, época da queda do Império Romano do Ocidente, tem sido usado como marco para o início da Idade Média. De acordo com a escala de tempo apresentada no texto, que considera como ponto de partida o início da Era Cristã, pode-se afirmar que
(A) as Grandes Navegações tiveram início por volta das quinze horas.
(B) a Idade Moderna teve início um pouco antes das dez horas.
(C) o Cristianismo começou a ser propagado na Europa no início da idade Média. (D) as peregrinações do apóstolo Paulo ocorreram após os primeiros 150 anos da Era Cristã. (E) os mosteiros perderam o monopólio da educação no final da Idade Média.


 GABARITO COMENTADO
LETRA “D” –  No sistema feudal os servos estavam presos a terra sobre a forma de vários imposta que pagavam ao Senhor Feudal por meio de trabalho. A título de exemplo podemos destacar o a Corveia e a banalidades.
Não pode ser a questão “A” pois o termo escravo não é apropriado para o feudalismo visto que nos temos servos e o feudalismo não foi um sistema vigente na Península Ibérica (Portugal e Espanha). Sobre o por que disso veremos em nossa próxima postagem sobre os Árabes e o Islamismo.
Sobre a “B” ela “peca” pois o que distinguiam os Susseranos  (Senhores Feudais) do servos eram simplesmente a posse do feudo (terra). Era a terra o fator de diferenciação social
A “C” esta incorreta no fato de tanto Suseranos leigos e clérigos mantinham servos em seus domínios.
Sobre a “E” as instituições sociais são de origem tanto da queda do Império Romano como dos bárbaros germânicos.



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