quarta-feira, 18 de março de 2015

Alta Idade Média - Império Bizantino


No fim do século IV d.C., com o objetivo de facilitar a administração e a defesa, o imperador Teodósio dividiu o vasto Império Romano em duas áreas distintas: o Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e o Império Romano do Oriente, com capital em Constantinopla. Em geral, a expressão queda do Império Romano refere-se ao fim do Império Romano do Ocidente, ocorrido em 476 d.C., com a tomada de Roma pelos hérulos mas, o que aconteceu com o Império Romano do Oriente?? é o que vamos aprender aqui nesta aula.



Política

O nome sem sua origem ao fato de i Imperador Constantino ter mudado a capital para a cidade grega de Bizâncio, e como a cultura popular ainda era grega, ficou conhecido como Império Bizantino.
A organização política do Império Bizantino tem como características uma monarquia hereditária, teocrática e cesaropapista, onde se percebe a submissão da Igreja ao Estado e o governo extremamente centralizador e intervencionista que controla a Igreja, exército, corte, administração, sistema fiscal e econômico. Seu centro político era Constantinopla, pois comandava uma vasta região e muitos povos. Vejamos com mais detalhes a vida política dos Bizâncios.

Em 457 marca o início da Dinastia Leonina. Entretanto, em 527, o Governo de Justiniano é que mais vai se destacar, pois é com ele que o Império Bizantino viverá seus melhores dias. 

Para ter uma melhor governabilidade aprimorou as leis do Império Bizantino e assim surgiu o Corpus Júris Civilis, que era marcado por cinco livros:
Código Justiniano – Conjunto de todas as Leis.
Digesto ou Pandecta – Comentários, opiniões dos juristas romanos.
Institutas – Resumo de todas as leis para estudantes.
Novelas ou Autênticas – Novas Leis.
Os objetivos de Justiniano eram:
Unir o Oriente com o Ocidente por meio da Religião, para tanto se fazia necessário vencer e superar as
diferenças doutrinárias e acabar com o paganismo.
Buscar um desenvolvimento arquitetônico e cultural.
Para tanto se fazia necessário o aumento de impostos.

Mosaico de Justiniano
Com a morte de Justiniano o Império entra em pequena mas progressiva decadência pois seus sucessores não conseguiram manter o esplendor que Justiniano teve outrora. O Império também começou a enfraquecer com ataques externos.
Economia
A Economia voltada para o comercio marítimo foi fundamental na salvação do Império Bizantino e soma-se a isto a atração de muitas riquezas do Ocidente durante o apogeu da crise do império Romano e melhores condições para enfrentar a Invasões Bárbaras.

O comércio, fonte de renda do império foi importante devido a sua posição estratégica entre Ásia e Europa e serviu de impulso para esse desenvolvimento comercial, uma vez que se localizava na passagem do Mar Negro para o Mar Mediterrâneo (Estreito de Bósforo). Baseada na agricultura e comércio, com a existência de corporações, associações (moeda SOLIDUS)

O Estado intervia forte na economia controlando e fiscalizando as atividades econômicas e r supervisionando a qualidade e a quantidade das mercadorias. Entre estes estavam: perfumes, seda, porcelana e peças de vidro, além das empresas dos setores de pesca, metalurgia, armamento e tecelagem.
Sociedade
A sociedade do Império Bizantino é marcada por ser uma sociedade rigidamente hierarquizada e aristocrática. Vejamos os grupos sociais presentes no Império Bizantino:
Elite – composta por grandes comerciantes, donos de oficinas manufatureiras, banqueiros, alto clero e funcionários destacados.
Classe remediada – formada por artesãos, pequenos comerciantes.
Trabalhadores pobres – Era a maioria da população, composta dos trabalhadores das manufaturas, os servos dos latifúndios e os escravos.
Cultura

Mosaico representando Cristo
O cristianismo é a base da cultura bizantina uma vez que era a religião oficial e obrigatória em todo território e influindo em todos os setores sociais. A Igreja era tão importante para essa sociedade que o historiador Steven Runciman chegou a afirmar que: “A atenção principal do bizantino estava dirigida para as questões e os detalhes religiosos que lhe poderiam abrir ou fechar as portas do Céu”. Isto quer dizer que, para os bizantinos, a vida neste planeta tinha pouca importância, o interessante era o reino dos céus.
Em todos os lugares da capital do império, Constantinopla, havia pessoas que estavam envolvidas em discussões teológicas e detalhes religiosos. Podemos destacar duas discussões mais evidentes:
• Monofisismo: estes negavam a natureza terrestre de Jesus Cristo. Para eles Jesus possuía apenas a natureza divina, espiritual. Esse movimento teve início no século V com auge no reinado de Justiniano.
Não podemos deixar de destacar a construção imponente e bela da Igreja de Santa Sófia, em Constantinopla, que é um dos exemplos mais claros de como a arquitetura bizantina é majestosa. Trabalharam na construção da igreja de Santa Sófia cerca de 10 mil homens, durante cinco anos. Sua cúpula, de 34 metros de diâmetro, eleva-se gradualmente até 56 metros de altura. 

No interior da igreja, toda noção de peso desaparece. A cúpula parece flutuar, assentada num anel luminoso de janelas justapostas. O interior da igreja é totalmente ornamentada com belos mosaicos, marfins e pedras preciosas. Foram utilizadas nessa decoração cerca de 18 toneladas de ouro.
Interior da Catedral de Santa Sofia


O Corpus Júris Civilis é uma obra jurídica fundamental, publicada entre os anos 529 e 534 por ordens do imperador Bizantino Justiniano I, que dentro de seu projeto de unificar e expandir o Império Bizantino, viu que era indispensável criar uma legislação congruente e que tivesse capacidade de atender os vivenciados daquela época. Por esses motivos, foi publicado o Corpus Júris Civilis.
Pouco depois de assumir o poder, Justiniano, além de perceber a importância de guardar a herança representada pelo direito romano, viu também a necessidade de reorganizar a legislação que se mantinha em vigor na época e a indispensabilidade de manter as normas de direito romano, e assim, em 528, um ano após ter-se tornado imperador, nomeou uma comissão de dez membros para realizar um trabalho de seleção e constituições imperiais vigentes, essas leis eram emanadas pelos imperadores desde o governo do imperador Adriano, um confuso legislativo.
O Corpus Júris Civilis organizou as leis que já existiam e formulou novas, que se tornaram a base do Direito Civil moderno. Além de representar uma revolução jurídica, é também um documento importante sobre a vida no Império Romano.

A Revolta de Nika 

No Hipódromo de Constantinopla, durante o reinado de Justiniano, ocorreu uma revolta popular presenciada pelos bizantinos que acompanharam uma disputa entre duas equipes: Verdes e Azuis. Esta insurreição foi um reflexo da exploração econômica e da opressão que as camadas inferiores sofriam. 


EXERCÍCIOS
(UFES) Segundo a crença dos cristãos de Bizâncio, os ícones (imagens pintadas ou esculpidas de Cristo, da Virgem e dos Santos) constituíam a “revelação da eternidade no tempo, a comprovação da própria encarnação, a lembrança de que Deus tinha se revelado ao homem e por isso era possível representá-lo de forma visível.”
    (Franco Jr., H. e Andrade Filho, R. O. O IMPÉRIO BIZANTINO. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 27).
    Apesar da extrema difusão da adoração dos ícones no Império Bizantino, o imperador Leão III, em 726, condenou tal prática por idolatria, desencadeando assim a chamada “crise iconoclasta”.
    Dentre os fatores que motivaram a ação de Leão III, podemos citar o (a):
    a) intolerância da corte imperial para com os habitantes da Ásia Menor, região onde o culto aos ícones servia de pretexto para a aglutinação de povos que pretendiam se emancipar.
    b) necessidade de conter a proliferação de culto às imagens, num contexto de reaproximação da Sé de Roma com o imperador bizantino, uma vez que o papado se posicionava contra a instituição dos ícones e exigia a sua erradicação.
    c) tentativa de mirar as bases políticas de apoio à sua irmã, Teodora, a qual, valendo-se do prestígio de que gozava junto aos altos dignitários da Igreja Bizantina, aspirava secretamente a sagrar-se imperatriz.
    d) aproximação do imperador, por meio do califado de Damasco, com o credo islâmico que, recuperando os princípios originais do monoteísmo judaico-cristão, condenava a materialização da essência sagrada da divindade em pedaços de pano ou madeira.
    e) descontentamento imperial com o crescente prestígio e riqueza dos mosteiros (principais possuidores e fabricantes de ícones), que atraíam para o serviço monástico numerosos jovens, impedindo-os, com isso, de contribuírem para o Estado na qualidade de soldados, marinheiros e camponeses.
  • Questão 2
    (Unesp) A Civilização Bizantina floresceu na Idade Média, deixando em muitas regiões da Ásia e da Europa testemunhos de sua irradiação cultural. Assinale importante e preponderante contribuição artística bizantina que se difundiu expressando forte destinação religiosa:
    a) Adornos de bronze e cobre.
    b) Aquedutos e esgotos.
    c) Telhados de beirais recurvos.
    d) Mosaicos coloridos e cúpulas arredondadas.
    e) Vias calçadas com artefatos de couro.
  • Questão 3
    Leia o texto abaixo para poder responder à questão seguinte:
    [...] Aquilo que se tornou conhecido por Império Bizantino era na origem o Império Romano do Oriente (Grécia, Egito, Siria-Palestina, Mesopotâmia, Ásia Menor). E realmente, como Roma, Bizâncio uniu, através de uma língua e uma determinada maneira de sentir e de pensar, povos que nada tinham em comum entre si. Como os antigos gregos e romanos, os bizantinos consideravam-se os únicos habitantes do mundo civilizado, rotulando de bárbaros todos os que não partilhavam de sua cultura. […] Por isso mesmo suas relações com o Ocidente medieval sempre foram difíceis [...]”
    Essa diferença com o Ocidente manifestou-se também no plano religioso e político, tendo como um de seus resultados:
    a) o fechamento do mar Mediterrâneo aos europeus por parte dos Bizantinos.
    b) o início das Cruzadas pelos cristãos ocidentais, que pretendiam retomar partes do Império Bizantino localizadas na Terra Santa.
    c) o Grande Cisma, ou Cisma do Ocidente.
    d) as divergências papais que levaram ao Cisma do Ocidente.
  • Questão 4
    Observe a imagem abaixo:
    Mosaico bizantino que mostra o imperador Constantino IX, um dos soberanos do Império Bizantino *
    * Crédito da Imagem: PavleMarjanovic e Shutterstock.com
    A imagem é um mosaico, uma das principais características artísticas da civilização bizantina. Através dela também é possível perceber outra característica do Império Bizantino, que é:
    a) a teocracia, o caráter despótico do imperador associado à sua influência política.
    b) a burocracia, que controlava o poder político do Estado, segundando a figura do Imperador.
    c) a cleptocracia, a corrupção utilizada pelos Imperadores para manter seu poder.
    d) a plutocracia, o poder dos homens ricos que conseguiam subjugar inclusive o poder religioso, colocando-se acima de Cristo.
    GABARITO
    Resposta Questão 1
  • Letra E. A ação dos iconoclastas tinha um caráter tanto religioso quanto político, em virtude da disputa pelo poder que ela carregou. Além de tentar diminuir o poder da Igreja e dos mosteiros, a ação dos iconoclastas era uma forma de buscar uma aproximação com o judaísmo e o islamismo, religiões em que há uma atitude negativa com a adoração de ícones.
  • Resposta Questão 2
    Letra D. Os mosaicos geralmente representavam a imagem de Jesus e as demais figuras a ele associadas, bem como membros das famílias imperiais. As cúpulas arredondadas foram muito utilizadas nos templos religiosos cristãos, podendo ser destacada a Catedral de Santa Sofia, em Constantinopla, atual Istambul.
  • Resposta Questão 3
    Letra C. Diferenças religiosas e políticas entre os papas localizados em Roma e os Patriarcas e Imperadores de Bizâncio foram se acentuando ao longo dos séculos, resultando no Cisma do Oriente em 1054.
  • Resposta Questão 4
    Letra A. Herdeiro do Império Romano, o Império Bizantino mantinha também um poder centralizado na figura do Imperador que detinha ainda o controle religioso da civilização. No caso do Império Bizantino, essa prática ficou conhecida ainda como cesaropapismo, na qual o Imperador era supremo em relação à Igreja por ser considerado o eleito de Deus.
  • Resposta Questão 5
    Letra E. O monofisismo era a doutrina que negava a existência humana de Cristo, e os iconoclastas eram os que se opuseram à adoração dos ídolos e das imagens religiosas.


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